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Raposa-vermelha (Vulpes vulpes)
Museu Virtual Category: PATRIMÓNIO NATURAL, Biologia, Fauna e Carnívoros
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Raposa-Vermelha (Vulpes Vulpes)
Identificação
A raposa é uma das duas espécies de canídeos silvestres que ocorre em Portugal, juntamente com o Lobo-Ibérico Canis lupus signatus. A espécie é facilmente reconhecida pelo seu focinho pontiagudo e orelhas proeminentes. Apresenta uma pelagem castanho-avermelhada no dorso que contrasta com a coloração branca do ventre, contudo a cor da pelagem pode ser bastante variável. As extremidades do corpo, nomeadamente as orelhas e os membros apresentam coloração negra. A cauda é longa e tufada, apresentando usualmente uma mancha de cor branca na ponta.
Distribuição
A espécie está amplamente distribuída no hemisfério Norte, estando ausente em determinadas ilhas (ex. Islândia) e zonas de climas extremos (ex. algumas regiões da Sibéria). Em Portugal a espécie está presente em todo o território de forma generalizada e uniforme não ocorrendo no arquipélago dos Açores e da Madeira.
HabitatA raposa utiliza um grande espectro de habitats. Habita preferencialmente zonas de matagal, floresta e campos agrícolas, mas pode ser encontrada em ambientes subárticos e desérticos. Ocorre desde o nível do mar até alta montanha e pode frequentar zonas urbanas.
Guilde Trófica: CarnívoroEstatuto de proteção: Pouco Preocupante (LC) em Portugal e a nível global
Ameaças: Perseguição direta, nomeadamente caça ilegal e envenenamento; Atropelamentos; Destruição e fragmentação do habitat.
ReproduçãoA maturidade sexual ocorre habitualmente no primeiro ano de vida, porém em zonas com elevada densidade populacional pode ocorrer mais tarde. O período de acasalamento decorre de Dezembro a Fevereiro, nascendo as crias entre Março e Maio, após 52 dias de gestação. As crias nascem cegas e abrem os olhos nas primeiras semanas de vida. Ambos os progenitores participam nos cuidados parentais. Até aos 6 meses apresentam uma pelagem parda e escura, sendo que após este período adquirem a coloração típica da pelagem dos adultos. As crias ficam independentes entre Setembro e Dezembro.
AlimentaçãoA grande capacidade adaptativa da espécie está intimamente ligada à flexibilidade da sua dieta. É uma espécie omnívora e oportunista que tende a alimentar-se dos recursos mais abundantes no seu território. Os roedores são presas típicas, nomeadamente os do género Microtus ou outros como o ratinho-do-campo Apodemus sylvaticus. O coelho Oryctolagus cuniculus pode ser também uma presa frequente, principalmente durante a época de criação e na região Sul da Península-Ibérica onde é mais abundante, uma vez que permite ter grandes ganhos energéticos. O consumo de coelho nas regiões de Espanha onde o lince-ibérico Lynx pardinus está presente leva por vezes a competição das duas espécies pelo mesmo alimento, sendo a raposa por vezes morta pelo lince. A raposa consome também frequentemente frutos diversos e insetos (ex. escaravelhos) bem como outros vertebrados (insectívoros, aves, répteis e anfíbios). A espécie pode ainda recorrer à necrofagia, nomeadamente de animais domésticos como a cabra e a ovelha. Nos ambientes urbanos em que está presente, podem frequentar lixeiras.
Comportamento
Embora maioritariamente noturna, a espécie pode estar ativa durante o dia, nomeadamente no Sul da Europa e em áreas que apresentam reduzida perturbação humana bem como no período do ano em que as noites são mais curtas. A atividade diária da espécie é maioritariamente dedicada à caça de presas e à defesa do território, podendo diariamente percorrer 10km. Ao contrário do que acontece com o lobo-ibérico, que tende a caçar em grupo, o comportamento de caça é tipicamente solitário. A aproximação às presas é feita de forma silenciosa e discreta, quando suficientemente perto tende a saltar por cima da presa para a capturar. A raposa tende a utilizar tocas, por si escavadas ou escavadas por outros (ex. coelho ou texugo Meles meles) que utiliza para se abrigar e esconder de predadores.Medidas de Conservação
Em Portugal a espécie está incluída no Anexo D da Convenção de CITES, contudo pode ser legalmente caçada em Portugal segundo a lei da caça (in Decreto-Lei nº227-B/2000 de 15 de setembro). Podem ser aplicadas à espécie, práticas de controlo de predadores em zonas de regime especial e sob autorização.Bibliografia
Websites Consultados
http://naturdata.com/Vulpes-vulpes-6692.htm
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